Brasília, uma esperança…

Embora nós, moradores de Brasília e brasilienses, não gostemos de sermos comparados à corrupção tão comum a nossa capital, creio que esses 52 anos é o momento de parar e pensar: o que desejamos para nossos filhos nos próximos anos?

Acabamos tentando nos enganar dizendo que a nossa sociedade é limpa, enquanto o congresso é que fede. Há um provérbio chinês que diz: As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro.

Eu gostaria de acreditar que nossa sociedade vai bem enquanto somente os políticos nos envergonham, contudo não é assim. Que os 52 anos sirvam de reflexão para todos nós. Que a beleza de nossa cidade sirva de inspiração, e que os balões dessa manhã elevem nossas esperanças às divindades responsáveis por nós.

Foto: Itallo Dawson (via facebook).

A Era do Consumismo

Era do consumismo: foi quando as pessoas aprenderam a consumir. Apenas consumir.
E tudo – música, poesia, arte, pessoas – virou um produto.

Produtos são assim: você usa quando precisa ou quando quer. Caso consiga arrumar um melhor ou mais conveniente, simplesmente troca.

É fácil de se acostumar com novos produtos. E os antigos, fácil esquece-los.

Mas aí alguém desperta e questiona: “a música/poesia/arte de hoje não é mais como era antigamente”.

Óbvio que não é: antigamente as pessoas eram tratadas como pessoas. Elas sentiam, valorizavam o sentir próprio e do próximo, e o principal, cuidavam umas das outras. Elas produziam, se doavam, mais do que consumiam.

Antes música e poesia eram sentimento; hoje, royalties e direitos autorais. Não há preocupação com o produzir.

Mas pessoas ainda são pessoas, só que mais egoístas.
Vivem dentro de suas bolhas; buscam o que é conveniente; e descartam o resto.
É uma solidão compartilhada, mas que ninguém sente até que a conveniência acabe.

Aqueles que despertaram podem propor soluções.
Quando isso acontecer, possivelmente significará o rompimento das bolhas.
Afinal, a própria ação de propor significa produzir, criar, se doar.
Verbos altruístas que estão voltados para o próximo.

E então poderemos falar: “ah, a música de hoje é ainda melhor do que a de antigamente”.

Assim espero.

Aborte a irresponsabilidade!

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Eu sou totalmente contra o aborto e minhas crenças fazem acreditar que cada ser vivo tem sua missão, desde ser um grande homem, como vir com uma doença congênita onde seja concedido apenas algumas horas de vida a esse ser. E também sou totalmente contra o estado decidir pela mulher. O estado permitir ou não o aborto não vai mudar minha crença. O STF não legalizou o aborto, ele apenas passou a responsabilidade da decisão para a família. Talvez ser responsável seja o caminho.

Culpa e Responsabilidade

Confesso que, após algum tempo, estou enferrujado para escrever. Tento melhorar, mas vamos combinar que escrever é uma arte, e como toda arte, necessita ser praticada. Sendo assim, enquanto não melhoro o suficiente, gostaria de compartilhar um texto de Louise L. Hay, uma das fundadoras do que chamamos de auto-ajuda. Um ou outro leitor talvez tenha aquele preconceito, até certo ponto natural, sobre esse estilo de leitura. Eu não quero aqui difundir ou defender nada, entrentando ideias interessantes sempre merecem ser compartilhadas, independente da “taxonomia”.

Uma ótima semana a todos e que o Universo conspire a nosso favor. 😀

Efeito Borboleta

Acho que todos já ouvimos falar do efeito borboleta. Bem para quem nunca ouviu explico o que significa. Este efeito refere-se a teoria do caos. De forma alegórica é dito que o bater de asas de uma borboleta no Brasil poderia provocar um tufão no outro lado do mundo, Japão, por exemplo. Japão não, ele já tá sofrendo demais. Que tal Austrália. Bem, essa é uma definição popular. O que a teoria do caos diz é que ao analisar movimentos caóticos em um gráfico percebe-se que aqueles movimentos de aleatórios tornam-se padronizados na forma de uma borboleta, como mostra o gráfico abaixo.
Este efeito foi descrito por Edward Lorenz quando trabalhava com previsões metereológicas. Ele inseriu duas informações iniciais, ligeiramente diferentes um da outra, e verificou a influência destas, concluindo que a diferença de um tornado para uma chuva tropical estava apenas nessa pequena diferença.
Pode parecer surreal, mas em 19 fevereiro de 1998 no EUA, diagnosticaram um tempestade tropical sobre a Louisiana esperada para os próximos três dias. Entretanto no oceano pacífico um meteorologista descobriu que existia uma pequena diferença nas medições executadas. Em função dessas diferenças foi realizado uma nova previsão detectando que a tempestade tropical não mais ocorreria em Lousiana. Ufa, agora Louisiana poderia respirar aliviada. Entretanto haveria um tornado de proporções gigantescas em Orlando. Como diria um amigo meu, FU… Previsão confirmada em 22 fevereiro de 1998.
Mudando um pouco de assunto, há mais ou menos um mês rodou pela internet o caso do garoto Casey Heynes, de 16 anos, estudante de uma escola australiana. Lembro-me muito bem que na época foram feitas diversas reportagens sobre o garoto, a repercussão positiva em cima do fato dele ter revidado ao suposto bulling. O garoto virou herói, sendo realizada diversas entrevistas, mostrando como agora ele era querido por diversas pessoas do mundo todo. Os psicólogos, as emissoras, as pessoas, uma parcela incrível da população se mostrava a favor daquele que sofrerá bulling, como podemos ver no vídeo abaixo:
Casey foi ameaçado, levou um soco na cara, estava prestes a levar outro. Jesus já dizia dê a outra face, o problema é que só temos duas. No terceiro ato de violência houve a reação e assim foi. Uma reação em cadeia. Um bater de asas, um bater na cara, acontecendo ali na Austrália. Será que isso poderia gerar um tornado no Brasil?
Ontem abri o jornal e dizia que o assassino de Realengo tinha parabenizado o garoto Casey Heynes, que ele era um exemplo da luta contra o bulling. Para milhões de pessoas Casey foi uma inspiração, um exemplo de que reagir ao bulling forma violenta é de certa forma tolerável. Para uma mente saudável o significado da expressão “reagir de forma violenta” tem um sentido totalmente diferente de uma mente doente. Estimular a violência, mesmo aquela reacionária, pode ser o estopim, pode ser o início de um furacão. E quem garante que não? Reagir ao bulling sofrido a anos atrás, talvez tenha sido esse a lição que o assassino de Realengo tirou do que aconteceu no país dos canguros.
Quando Jesus dizia para dar a outra face, acredito que dizia, não reaja a violência com mais violência. Se ao bater as asas uma borboleta pode levar a um furação no outro lado do mundo, imagina as consequências do mundo batendo palmas para um ato violento? De repente, isso pode tornar o mundo um pouco turbulento. De repente, o efeito borboleta está nas palmas da sua mão.

… estória sem fim…

Sete da manhã, Joana acorda vai até a cama da sua mãe.
“Mamãe, não quero ir hoje para o colégio.”
“Não!!! Hoje você irá. Vista-se que te levarei.”
As duas tomam o café da manhã e novamente a filha volta-se para a mãe.
“Eu não quero ir hoje mãe. Por favor.”
“Minha filha, você vai me agradecer mais tarde. Você precisa ir pra aula. A única forma de você ter um futuro.”
Saem pela porta. Maria, a mãe, deixa sua filha Joana na porta da escola, dá o último beijo nela e vai para o trabalho.
Ao chegar lá, liga seu computador e vê a seguinte notícia:
Você deve tá se perguntando qual o fim dessa história. O detalhe é que pra mãe de Joana essa estória não tem fim.

O Tempo

Estava passando pela net quando vi o clipe do Móveis Colonias de Acaju. A letra é sensacional, a melodia marca registrada da banda. Antes, a TV só aparecia sucesso, antes quem fazia sucesso tinha talento. Infelizmente, hoje, quem faz sucesso tem exatamente o oposto, seja lá o que signifique o antônimo de talento. Não sou fã da banda, mas sou fã da atitude de inovação desses caras. O melhor é ver que o diretor desse clipe, o Steve, também começou em Brasília. Espero que gostem.

Assim funciona a ironia

O Brasil é um país sério. Na verdade, sério no papel, que inclusive representa muito bem, porém na prática o nosso país é bem engraçado. Veja, se o Brasil fosse meu pai observe como ele iria me tratar ao me dar um castigo.

– Pai, fiquei de recuperação na escola. (Eu falando para o meu pai Brasil.)

– Ahhh, você sabe o que acontece com quem fica de recuperação aqui em casa, não é? Aqui é castigo. Terá que ficar trancado no seu quarto por 4 semanas.

– Mas pai, minha viagem é semana que vem!

– Vou conversar com sua mãe.

Fui viajar, me divertir por uma semana e nada do meu pai, o Brasil, conversar comigo. Entretanto ao chegar em casa ele diz:

– Conversei com sua mãe e ela chegamos a conclusão que você vai ter que ficar trancado por 2 semanas. Terrível seu comportamento ao reprovar uma matéria. Terrível!!!

– Justa aplicabilidade da lei caseira meu amável pai. Obrigado. – Afinal meu pai foi Legal (tanto no sentido da lei como no sentido do pai) , me deixou viajar e ainda me concedeu apenas metade da pena. Que beleza!!!

As coisas funcionam exatamente assim Aqui. O STF não quis se decidir antes das eleições sobre a ficha limpa. Então ficou no empate e disse: “façam-se as eleições, decidimos depois!”O nosso presidente, na época, não quis escolher ninguém para fazer o 11º voto, o de desempate. Por quê? Por que isso é engraçado! E mais, ele ainda disse que deixaria a escolha do 11º ministro do STF para o próximo presidente eleito. E assim foi. Agora a pergunta, será que o próximo presidente não faria a escolha do ministro de forma casada? Como assim? Escolho você para o Supremo e seu voto será X (a favor ou contra a ficha limpa)? Seria possível? Sinceramente, acho que Não, pois o Brasil é uma país sério.

O medo

O medo nos impede de fazer as coisas mais legais, de expressarmos nossas características mais marcantes, de falar as coisas mais belas.

O medo gera a timidez, a vergonha; ele reprime, deprime, constrange.

A gente se embrulha no medo inconsciente, imaginando coisas, e passamos a evitar a vida. Perdemos oportunidades e deixamos pessoas bacanas simplesmente passarem. Tudo culpa dele.

Talvez se a gente tentasse arriscar, poderíamos ter um resultado frustrante. Mas pelo menos tentamos, e então podemos seguir em frente. Ou não, podemos ter sucesso. E desfrutar desse sucesso.

Cliquei sem querer num vídeo genial. Impressionante como as crianças nos inspiram:

Hi Mr. President!

Brasília amanheceu ao som de “Hi, Mr President”. Muita formalidade, segurança duplamente reforçada, recepção elegante no Palácio do Planalto e um cronograma cheio: Mr president é recebido pela Presidenta do Brasil (licença poética pelo Presidenta).

Sem dúvida alguma é um acontecimento importante para o futuro do Brasil, e para  o governo da Dilma. Assinatura de tratados e, principalmente, acordos internacionais com o maior peixe do mercado é uma certa garantia de prosperidade ou, melhor dizendo, “carta branca” para atuação em segurança. Porém, independentemente da assinatura de qualquer coisa, só o fato de Obama estar feliz na terra do carnaval e feijoada já é um bom sinal que a mídia vai divulgar para o mundo todo.

Não sou a melhor entendedora de política; não, longe de mim, apesar de eu estar me esforçando para compreender mais a cada dia. Mas posso dizer que sou um pouco entendedora de pessoas, e ao dar uma olhada superficial no conteúdo dos tratados que eles assinarão (veja aqui) analisei a coisa toda de outro jeito.

Os ventos estão soprando diferente agora. Estamos no meio de uma transição na história da humanidade que, como em toda transição, não sabemos onde vai dar. Porém, nesse caso específico, podemos chutar pelo menos qual é o direcionamento do resultado: isonomia.

A começar pelos fatos expressos: o presidente da nação que mais sofreu com segregação é afro-descendente, e com nome árabe (é fato sabido a situação entre os EUA e países do oriente médio). Ele está se encontrando com a presidenta, como a própria não se cansa de afirmar. É uma mudança de paradigma: todo o preconceito que o Americano veio lutando contra, de maneira cega, vai por água abaixo, afinal todos devem respeitar agora o cidadão que possui todas essas aquelas características tão negadas pelo povo americano durante anos. E temos uma mulher no poder, numa sociedade de origem patriarcal. E essas duas figuras estão se encontrando para formar alianças.

Não e uma questão de partidarismo político, se concordo ou não com a política deles. É uma questão maior, que inverte os conceitos formados e consolidados durante séculos na sociedade humana e que agora estão mostrando força, como se fosse uma resposta da natureza chamando pelo equilíbrio. Mulheres foram rechaçadas? Uma delas ocupa o cargo de maior poder. Negros rechaçados? Um deles ocupa o cargo de maior poder no mundo. Os excluídos por motivos desumanos estão recuperando seu lugar.

O Brasil almeja uma vaga permanente no conselho de segurança da ONU há algum tempo; Obama expressou apoio ao desejo Brasileiro. Ele até apoio a entrada da Índia no órgão. Imagino que Obama está construindo uma nova imagem aos EUA: de país “colonizador”, que se colocava acima do mundo, ele está se colocando ao lado do mundo.

Óbvio que há interesses e interesses envolvidos, econômicos principalmente. Mas não podemos ignorar a mudança dos ventos. O simbolismo é muito forte, no sentido que indica um novo direcionamento nas relações humanas.

O mais legal é ver que Barack Obama poderia passar, naturalmente, por um Barack Obama da Silva. Legal né? 😛