Guerra nada, apenas lei do retorno…

Fiquei doente, quando voltei vi o Rio de Janeiro doente. Um câncer na verdade. E como qualquer câncer, quando não tratado ele te leva a morte.

As favelas devido a sua estrutura, com difíceis acessos, são propensas a aparição de milícias. Estes se tornam um poder paralelo. A matemática diz que duas retas paralelas não se encontram, então por que agora os poderes paralelos se encontraram?

Bem, temos de ter cuidado ao responder tal pergunta, pois não podemos confundir a favela com a bandidagem.

Os primeiros registros de favelas datam do ano de 1860, quando algumas pessoas se estabeleceram em morros do Rio de Janeiro. Para quem quiser ouvir um relato, bem contado, a obra “O cortiço” de Aluísio de Azevedo, mostra bem o retrato das favelas na época. A grande pergunta é saber como as comunidades podem realizar uma festa tão linda como o carnaval, podem produzir grandes sambista, e mesmo assim ser palco de tão tamanha atrocidade?

A resposta parece difícil, mas não é. O mundo em que vivemos é dinâmico, e como eu já disse, as favelas são propensas a aparição de milícias, que realmente eram um poder paralelo. Só que de uns anos pra cá, um novo fenômeno mudou esse quadro, e não estou falando do RONAAAAAALDO!!!

Esse novo fenômeno é o tráfico de drogas. As favelas geralmente não eram dominadas por apenas uma facção, mas sim por várias facções. Qual seria então a primeira atitude dos milicianos? “Tomar poder dentro de cada favela.” E foi isso que eles fizeram. Mas como? “Se financiando com o tráfico de drogas!!!” Mas quem financia o tráfico de drogas? Quem paga por isso? (pergunta retórica)

Por incrível que pareça, a culpa dessa guerra é justamente dessa nossa sociedade. De um lado deixamos a política às moscas, votamos e depois fazemos piadas. Sentimos depois o peso, a responsabilidade. Ficamos sem emprego, a economia não anda, as políticas são ineficazes, enfim sentimos a pressão. Vamos então puxar umazinha? Só acender umazinha pra acalmar? Acendemos, fumamos, cheiramos; enfim financiamos as milícias. Ou seja, enfraquecemos o estado e fortalecemos as milícias.

Agora elas estão tão fortes, o poder antes paralelo, agora é perpendicular. É um estado batendo de frente com outro estado, e no meio o Estado do Rio de Janeiro. No meio está a população. A mesma população que financiou. Então, antes de fazer piada, “fica esperto neguinho, o que é teu tá guardado, tua hora vai chegar.”

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